Entender mais sobre as estruturas e possibilidades dos escritórios de projetos é um dos temas mais acessados e solicitados ao PMI Rio Grande do Sul. Para poder traçar esse paralelo entre PMO (Project Management Office) e VMO (Value Management Office), convidamos o Diretor de Execução de Projetos do Escritório de Desenvolvimento de Projetos (EDP) do Governo do Estado do RS, Fernando Bartelle.

Ele inicia salientando que não há um padrão único e que há variações importantes de uma estrutura para outra. "Para iniciar, é importante salientar que não existe uma concepção universalmente aceita do que é um PMO ou do que é um VMO, ou seja, as definições, papéis, responsabilidades e estruturas podem variar de organização para organização. Uma mesma estrutura pode assumir diferentes papeis, ora focando em gestão de projetos, ora em geração de valor, ora em resolução de problemas e conflitos, por exemplo. Além disso, pode utilizar-se de diferentes estratégias para lidar com desafios de naturezas diversas ou que envolvem stakeholders diferentes. É importante deixar claro para que não haja crenças limitantes", pontua Bartelle.

Para destacar alguns pontos que classicamente diferenciam as duas estruturas, Bartelle criou três grupos de comparação: as de foco e escopo; as de objetivos; e as de papel no processo de tomada de decisão.

Foco e Escopo

Enquanto o PMO tradicional tem seus principais focos em observar a aderência de projetos aos objetivos das organizações, garantir observação de boas práticas de gestão e métricas de qualidade de projetos, o VMO busca principalmente potencializar a geração de valor através de projetos e iniciativas. 

Objetivos

Enquanto o PMO tradicional objetiva alcançar objetivos estratégicos através de projetos, o VMO objetiva atingir o valor proposto e maximizá-lo ao longo da condução dos projetos e iniciativas. 

Papel na tomada de decisão

Enquanto o PMO tradicional busca a realização do planejamento estratégico através de projetos, o VMO se envolve diretamente com a elaboração da estratégia para criar a proposta de geração de valor que depois ajuda a acompanhar.

O mais importante nessa história, segundo Bartelle, é entender que ao usar o termo “PMO tradicional”, coloca-se em cheque todo o resto.

"Práticas mais modernas de gestão de projetos aproximam o PMO da tomada de decisão, da elaboração estratégica e da preocupação com a geração e potencialização de valor, ou seja, praticamente anulando essas diferenças. O conceito de xMO, bastante desenvolvido pelo PMI ao longo de 2023, por exemplo, defende que o escritório de gerenciamento assuma diferentes papéis de acordo com a organização, o portfólio de projetos, o contexto ou até situações dentro de um projeto", destaca.

O ‘x’ nesse caso simboliza essa flexibilidade que encurta, ou até anula, essas diferenças de estrutura para focar no que realmente interessa: trazer resultados para a organização em que estão inseridos.


Quem é Fernando Bartelle
Diretor de Execução de Projetos do Escritório de Desenvolvimento de Projetos (EDP) do Governo do Estado do RS.

Graduado em Arquitetura e Urbanismo, Especialista em Gestão Empresarial, Inovação e Estratégia Competitiva e Mestrando em Economia e Política da Cultura e Indústrias Criativas.

Certificado PMP e Wicked Problem Solver pelo PMI.

Professor em MBAs nas áreas de Gestão de Projetos e Criatividade.

Experiências profissionais em liderança, gestão de projetos, programas e portfolios em diversas indústrias, além de criação e liderança de escritórios de projetos.  

Voluntário do PMI há dez anos, atualmente Mentor para a Região 13-Brasil com o PMI Internacional e Presidente Anterior Imediato do PMI-RS. 

Diretor de Execução de Projetos do Escritório de Desenvolvimento de Projetos do Governo do Estado do RS.

Categorias: Carreira
Data de publicação: 28 de novembro de 2023